sexta-feira, 23 de abril de 2010

DIA MUNDIAL DO LIVRO (3)

No Dia Mundial do Livro, o grupo de Paulo Teixeira Pinto inaugura uma nova livraria, a Babel São Sebastião, em Lisboa. Entre o tradicional e o high-tech.

A Babel São Sebastião é uma livraria do presente mas também uma livraria do futuro. Paulo Teixeira Pinto, o presidente do grupo editorial Babel, andava hoje de manhã entusiasmado entre o espaço mais tradicional desta livraria que é inaugurada, às 18h, na Avenida António Augusto Aguiar, 148, em Lisboa, e o seu espaço “high-tech”, o cubo e-Babel, onde se pode aceder a conteúdos em suporte digital e multimédia. “É um novo conceito de livraria”, explica Paulo Teixeira Pinto.
A livraria terá um espaço dedicado às crianças – “os leitores do futuro” -, um espaço mais tradicional com livros impressos, um espaço de restauração “gourmet” em colaboração com o chefe Vitor Sobral (com menus entre os sete e oito euros) e uma esplanada. No cubo e-Babel terá ainda à venda a partir de Junho, o E-60 eBook reader, o leitor de livros electrónicos da Samsung.
Cadeiras de Philippe Starck convivem na livraria com estantes que utilizam materiais de construção em estado bruto, como cabos e tábuas de cofragem. Candeeiros de oficina misturam-se com espelho de talha dourada na casa-de-banho e cortinas vermelhas que tapam parte das gigantescas janelas que têm vista para a Fundação Calouste Gulbenkian.
Ao final da manhã já era possível tocar com a ponta dos dedos nos ecrãs tácteis disponibilizados dentro do cubo e-Babel e, por exemplo, folhear o eBook de um dos “best-sellers” da editora, “A Lua de Joana” de Maria Teresa Maia Gonzalez. A partir da próxima quinta-feira, dia em que a livraria Babel Sebastião abrirá ao público (das 8h às 20h, fecha aos domingos), será já possível não só visualizar centenas de obras mas também comprá-las e descarregá-las para telemóveis, computadores portáteis, leitores de livros electrónicos, canetas USB em formato digital (PDF ePub).
Na Babel São Sebastião, os leitores além de poderem comprar livros impressos editados pelo grupo e por outras casas editoriais, podem descarregar livros não convencionais – ebooks e também “trailers” de livros ou entrevistas áudio ou em vídeo com os autores.
“O conceito é nosso, mas foi a empresa Mobbit que deu corpo à nossa ideia”, explica Nuno Barros, administrador executivo do grupo Babel. O mentor da ideia foi Paulo Caius, que pertence ao conselho editorial do grupo, e é CEO da Roland. Será um dos oradores da sessão de lançamento de hoje (falará sobre o futuro do livro) juntamente com João Lobo Antunes, presidente do conselho editorial, e Paulo Teixeira Pinto.
Querem que várias livrarias espalhadas pelo país possam ter também nos seus espaços cubos e-Babel, para assim se criar uma rede que permitirá que um lançamento que se realize em Lisboa, possa ser visto em directo, através de webcast, em todos os outros cubos e-Babel e vice-versa.
Além da parceria com a Samsung, o grupo Babel (que tem a editora Guimarães e as chancelas Ática, Athena e Centauros; a editora Verbo, a Ulisseia; a Arcádia, a K4 e a Pi) fez também uma parceria com a Ongoing. Em comunicado enviado por este grupo às redacções, é explicado que é uma “parceria estratégica com o objectivo de desenvolver projectos multiplataforma para o mercado global da língua portuguesa”.
Esta noite, para comemorar o Dia Nacional do Livro, será lançada no Lux, às 22h, a obra “Babel sobre Babel” com textos de vinte dos membros do conselho editorial, “uma reflexão livre e sem critério editorial sob o mote Babel”, explicou Dalila Rodrigues, a coordenadora das edições de arte.

DIA MUNDIAL DO LIVRO (2)


AS ÁRVORES E OS LIVROS

As árvores e os livros
As árvores como os livros têm folhas
e margens lisas ou recortadas,
e capas (isto é copas) e capítulos
de flores e letras de oiro nas lombadas.

E são histórias de reis, histórias de fadas,
as mais fantásticas aventuras,
que se podem ler nas suas páginas
no pecíolo, no limbo, nas nervuras.

As florestas são imensas bibliotecas,
e até há florestas especializadas,
com faias, bétulas e um letreiro
a dizer: «Floresta das zonas temperadas».

É evidente que não podes plantar
no teu quarto, plátanos ou azinheiras.
Para começar a construir uma biblioteca,
basta um vaso de sardinheiras.

Jorge Sousa Braga, Herbário (2002)

DIA MUNDIAL DO LIVRO - O BIBLIOBURRO