Édouard Manet nasceu em Paris, a 23 de Janeiro de 1832, numa família abastada que lhe proporcionou uma formação de raízes académicas do atelier de Thomas Couture (1850-1856). Inconformado com os limites dessa formação, conheceu os mestres do passado expostos nos grandes museus europeus, cujas obras estudou e copiou.
O seu percurso foi marcado pelo escãndalo causado por O Almoço na Relva (1863), apresentado no Salão dos Recusados de 1863, e no Olympia (1863) um quadro rejeitado no Salão oficial da Academia de 1865. Público e crítica reagiram mal ao tratamento de nús de forma tão despudorada, bem como à abolição de meios-tons, à ausência de claro-escuro e às largas manchas de cor com pronunciados contrastes. Estavam lançadas as bases da pintura impressionista.
Pioneiro no modo de observar a natureza e na experimentação de novas técnicas, Manet estudou Ticiano, Velázqeuz e, sobretudo, Goya que o inspirou na nova interpretação do espaço e numa plástica que rompia com o modelado plano e rejeitava os meios-tons da pintura académica. Apesar de nunca ter exposto nas Exposições Impressionistas, estes elegeram-no como seu mestre.
As frequentes rejeições das suas obras do programa oficial do Salon garantiram-lhe o prestígio nos meios mais avançados da época, bem como a admiração de Baudelaire, Zola e Mallarmé, entre outros escritores. Em 1867 conseguiu organizar uma exposição individual graças aos favores do seu amigo Émile Zola, escritor e crítico de arte com créditos no meio cultural parisiense.
Sem nunca ter atingido o merecido reconhecimento oficial, Manet morreu em Paris a 30 de Abril de 1883, vitimado por doença prolongada.
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