sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Temos Monitores de Biblioteca!

Entre os dias 19 e 21 de Dezembro decorreu a formação de alunos monitores de biblioteca, que contou com a participação dos alunos: Carlos Tomé do 8º A; Carlos Tavares, João França e Mihail Vasilache do 9ºA.
Preparados para dar apoio ao funcionamento da nossa biblioteca, este grupo de voluntários é uma mais valia muito importante para melhorar os nossos serviços à comunidade educativa.
O que vão eles fazer??? Fica já a saber que desde o apoio à recepção na recolha dos cartões dos colegas, trabalho com o módulo de empréstimo domiciliário, atribuição de computadores aos colegas e gestão do tempo de ocupação dos mesmos, apoio a alunos na realização de trabalhos nos computadores, apoio à selecção de livros para trabalhos ou lazer, arrumação dos livros e revistas, apoio aos colegas na manipulação dos equipamentos audiovisuais, contagem de dados para a estatística mensal da biblioteca até à dinamização do blogue da BE.
Bom trabalho!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Haloween na Besc


Os alunos do 8ºB e C assinalaram o dia do Halloween com
apresentação de trabalhos alusivos a este tema e claro como não podia deixar de ser houve ainda espaço para uma mostra de abóboras.

Fica aqui o registo desta atividade, dinamizada pela profª Helena Faria

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Dia da BE na BESC

Aconteceu hoje na BESC uma sessão de sensibilização relativa à importância da leitura . Através do visionamento de alguns videos publicitários alertou-se para a importância da leitura como instrumento de poder numa sociedade global, onde cada vez mais tudo está ao alcance de um click, de um touch, seja num ebook, ou ipad ou num outro suporte. A sobrevivência da BE depende da sua capacidade de adaptação às novas exigências dos seus utilizadores, é pois neste âmbito que a comemoração do dia da biblioteca escolar não poder ser uma prática esporádica, mas sim diária."

A equipa da BE

Mês internacional das bibliotecas escolares: saber, um poder para a vida

Numa época em vivemos marcados pelo problema da crise, a biblioteca escolar deve e tem de funcionar como um espaço de partilha de recursos, em que o único interesse em jogo é o do conhecimento. Há que aproveitar ao máximo os serviços gratuitos que as bibliotecas escolares colocam ao serviço da comunidade educativa. Pedem-nos criatividade ! O primeiro passo a dar é alimentar o conhecimento, por isso usem ao máximo a biblioteca escolar."

A equipa da Besc

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A PROPÓSITO DA POESIA DO SUECO TOMAS TRANSTRÖMER, PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 2011

Pedrada no charco. Suponho ser esta a melhor definição para o efeito que em mim causou a notícia da atribuição do Prémio Nobel da Literatura deste ano ao poeta sueco Tomas Tranströmer, o que me levou a conjecturar que, se calhar, é mesmo esta uma das funções positivas da existência deste tipo de galardões, ou seja, a de (re)despertar em nós a vontade de (re)visitar recônditos estagnados ou ignorados da nossa memória individual ou colectiva.
Foi na década de 80, quando estudante da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que tomei contacto acidental com alguns autores exponenciais da poesia sueca, através da aquisição e leitura da excelente colectânea 21 Poetas suecos, coordenada por Ana Hatherly e Vasco Graça Moura. E digo acidental porque, ao varrer com o olhar as estantes da livraria situada na cave do edifício da Faculdade, em busca de outros títulos constantes nas longas e dispendiosas listas bibliográficas com que cada docente daquela casa nos brindava no início de cada ano lectivo, me deparei estarrecida com um título que considerei retrospectivamente como uma quase impossibilidade, pois não consegui vislumbrar, no momento, a que conduziria o resultado da adição “suecos + poesia”. O anterior contacto profissional e pessoal de bastantes anos com vários detentores daquela nacionalidade, para além de ter constituído uma segunda e fundamental escola na minha vida, havia moldado a minha visão sobre os mesmos na igualdade “suecos = pragmatismo”, logo, supunha eu, inviabilizadora da construção de algo que me merecesse uma inclusão digna no género poético. Movida, inicialmente, por uma enorme curiosidade, rapidamente me confrontei com o horror e a vergonha da percepção estereotipada que havia construído, não só sobre a cultura e o povo suecos, mas também relativamente àquilo de que o género lírico se pode alimentar. Dois poemas bastante distintos entre si foram fulcrais neste processo, “Escandinávia”, de Artur Lundkvist, e “Kyrie” do agora laureado Tomas Tranströmer. Convido-vos a lê-los no comentário seguinte, porque a poesia é uma poderosa arma contra os estereótipos que infelizmente ainda permeiam e limitam as nossas vidas e que quotidianamente nos esforçamos por erradicar da (nossa) escola.

Poetas suecos: Tomas Tranströmer

Kyrie *
A minha vida às vezes abria os olhos no escuro.
Uma sensação de multidões arrastando-se por ruas,
cegas e sem descanso, no caminho para um milagre,
enquanto eu fico aqui, invisível.
Como uma criança que adormece aterrorizada
à escuta dos passos pesados do coração,
até que a manhã ponha o seu raio de luz nos fechos
e as portas da escuridão se abram.


Tomas Tranströmer


* kyrie quíriè (transcrição latina do grego kúrie, vocativo de kúrios, senhor)
s. m.
1. [Religião católica] [Religião católica] Invocação a Deus que se faz no princípio da missa.
2. [Música] [Música] Cântico feito com essa invocação.
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
(Nota da autora)



Poema transcrito de:
Hatherly, A. e Graça Moura, V. (coords.) (1981). 21 Poetas suecos. Lisboa: Vega.

Poetas suecos: Artur Lundkvist

Escandinávia
Não. A Escandinávia não é como a maioria imagina,
nem sequer no Inverno.
Algum escandinavo utiliza a palavra ártico?
Muitos nem sabem o que significa.
A aurora boreal é mais frequente nos poemas que na realidade
e os cornos dos alces já não rasgam a névoa
que descansa sobre o sono das cidades de província.
As cascatas evitam o frio
ocultando-se em suas grutas de gelo
(vejo-as fumegar como quando o comboio
desaparece no túnel).
Tão pouco se vê ameaçada de congelação
a água sensível dos olhos
(ainda que os caminhos permaneçam cobertos de gelo
podemos patinar por eles de uma povoação a outra).
Ah mas repara como as estacas desaparecem debaixo da neve,
como essa casa de madeira azul cobalto
mostra os seus três pisos de janelas incandescentes
como se ardesse por dentro.
Repara na solitária locomotiva abrindo caminho por entre a neve –
o acidente não seria muito grave se descarrilasse
e ficasse encostada a um montão de neve
gelando lentamente.
Uma raposa pode permanecer horas e horas sentada
olhando os frutos da rosácea;
ou deixar-se ficar pacientemente esperando
que um raro regresse da sua toca na neve.
O mocho, com os seus pálidos olhos de âmbar, voa tão silencioso
que a paisagem parece surda.
Muitos são os pássaros que saem dos bosques invernais
para morrer junto aos homens.
E quando o verão desperta podemos descobrir
um formigueiro construído à volta de uma luva perdida.


Artur Lundqvist



O poema foi transcrito de:
Hatherly, A. e Graça Moura, V. (coords.) (1981). 21 Poetas suecos. Lisboa: Vega.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

PROJETO: “OFICINA SARAMAGO” – BARREIRO/ MOITA

O projeto “Oficina Saramago” convoca um conjunto alargado de instituições que, em parceria, desenvolverão ações diversificadas, dirigidas à população em geral e abarcando, de preferência, todas as faixas etárias. Desenvolve-se num ciclo nascimento-morte-nascimento, integrando os dias 16 de novembro e 18 de junho. Tem início em novembro de 2011 e termina a 16 de novembro de 2012.
As finalidades deste projeto são as seguintes:
- Dar a conhecer a vida e obra de José Saramago, a importância dos seus temas de escrita e da sua estética, bem como as grandes causas que dominaram as suas intervenções como cidadão e escritor.
- Criar Oficinas de Leitura e Escrita José Saramago, fomentando a reflexão e a criação estética a partir das suas obras e textos.
- Reeditar a brochura “O Sabor da Palavra Liberdade” de José Saramago, editada pela Câmara Municipal do Barreiro.
- Criar uma colecção “ Oficina Saramago”, a editar de dois em dois anos, com o formato de revista electrónica.
Várias entidades dos concelhos do Barreiro e Moita confirmaram já a sua adesão a este projeto. Este projecto conta já com um apoio de peso, a Fundação José Saramago, através da colaboração de Pilar del Rio que fará a conferência de abertura  no próximo dia 28 de Novembro.
Se queres estar a par deste projeto, segue-nos de perto!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O que ler?

Como fazes as tuas escolhas de leitura? Sabes muito bem o que queres ler? Ou nem por isso? Pede ajuda às professoras da equipa ou à funcionária e vais ver que vais fazer uma boa escolha.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A BESC deseja a todos um bom ano letivo e boas leituras!

A toda a comunidade educativa e em particular aos alunos desejamos um bom ano de trabalho e boas leituras! Esperamos continuar a ser parceiros no vosso sucesso!
Este ano a equipa da biblioteca sofreu uma reorganização interna mas renova o seu empenho em promover boas práticas de leitura, porque é esta a sua verdadeira missão.
A equipa é constituída pelas professoras: Leonor Inácio (professora bibliotecária), Conceição Pimenta, Fernanda Martins, Paula Gil,  Rosa Almeida e Elisabete Ferreira.
Deixamos aqui um desafio aos nossos utilizadores: visitem-nos e descubram novos mundos …

A equipa da biblioteca

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Gente Singular, sem dúvida

Embora com algum atraso aqui se cumpre a promessa de voltar a falar sobre Manuel Teixeira Gomes, o escritor que foi o sétimo Presidente da República portuguesa.
Decerto que qualquer espírito amante da leitura e da originalidade ficará contente ao saborear as histórias de Gente Singular, uma colectânea de contos de 1909. E porquê? Em primeiro lugar porque assistimos ao desfilar de personagens estranhas, bizarras, misteriosas. Em segundo lugar, porque o narrador as capta gerindo o suspense, o imprevisto, e porque usa de um humor sem preconceito.
Algumas das personagens que dominam estas histórias são: D. Joaquina, uma viúva de quarenta anos, que se veste de negro e de expressão dolorosa, para convencer o narrador a ajudá-la e esconde uma vida que não é de todo inocente; a belíssima e sofisticada Leonor Gelder, cunhada dos israelitas Bega, que o narrador frequenta em Amesterdão, mulher que o narrador deseja, mas cujas intenções são bem concretas; Monsenhor Simas, personagem insólita, rodeado de três insólitas irmãs, que focalizam o interesse das suas vidas provincianas na inauguração de uma retrete, novidade ao tempo, naquelas paragens de Vila Real de S. António.
Nos restantes contos, «O Álbum», «Sede de Sangue», «O Triste Fim do Major Tatibiate» e «Profecia Certa» encontramos outras tantas personagens singulares, com as suas manias e as suas aparências enganosas.
De todos, um dos mais interessantes é «Profecia Certa», um conto primorosamente construído numa longa analepse. Nele assiste-se à desgraça de Helena que troca o seu namorado, pobre estudante de Medicina, por um bem parecido alferes, com quem se casa, ignorante da doença terrível que irá destruir o seu casamento. Mas o seu primeiro namorado já o sabia…
Quem gosta de histórias surpreendentes não ficará desiludido com Gente Singular. Sem dúvida.
Ana Garrido, Carla Diogo, Lina Heitor

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O BESTIÁRIO DA BESC (3)

A CABRA

A cabra transmite à terra o que sabe
presa à sua sombra, chuvosa, a cabra
quebra o silêncio das raízes, rumina
as fezes, investe até ao fundo
contra a solidão, cata ruínas
com a mesma paixão do tempo
A cabra no escuro, tanto
lhe faz quando a noite a roce
no vento pelos úberes, os úberes
da cabra riscam a noite
de branco.

J.T. Parreira

POEMA(S) DA CABRA

(…)

Quem já encontrou uma cabra
que tivesse ritmos domésticos?
O grosso derrame do porco,
da vaca, do sono e de tédio?


Quem encontrou cabra que fosse
animal de sociedade?
Tal o cão, o gato, o cavalo,
diletos do homem e da arte?


A cabra guarda todo o arisco,
rebelde, do animal selvagem,
viva demais que é para ser
animal dos de luxo ou pajem.


Viva demais para não ser,
quando colaboracionista,
o reduzido irredutível,
o inconformado conformista.

(…)

João Cabral de Melo Neto, Obra Completa


Poemas escolhidos pelos alunos do 10º C

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O BESTIÁRIO DA BESC (2)

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.

Fernando Pessoa, Poesias



Poema escolhido pela aluna Tânia Henriques, do 10º A